LIGAÇÕES PERDIDAS

Em 1950, na cidade de Hong Kong, Chu Ming Silveira, ainda criança, embarcou em um navio com destino ao Rio de Janeiro. Vinte e dois anos depois, o icônico orelhão brasileiro — a mais célebre criação de Chu Ming — começou a surgir pelas ruas. Em 2019, exatamente vinte e dois anos após sua morte, foi aprovada no Brasil uma lei que extinguiu a obrigação das operadoras de telefonia de instalar e manter os telefones públicos.
Em março de 2018, quando iniciei este projeto, havia inúmeros orelhões desativados, com o suporte de metal intacto (condição indispensável), espalhados pela cidade de Belo Horizonte. A última fotografia dessa coleção foi tirada em meados de 2020; àquela altura, todos os orelhões presentes no mosaico acima (e muitos outros) já haviam sido removidos das ruas.
